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Detran-ES estuda tecnologia para pesar caminhões em movimento

Uma força-tarefa criada em 2017 – depois que grandes acidentes comoveram o Estado e tiraram a vida de dezenas de pessoas) – estuda uma maneira de minimizar os impactos do transporte irregular nas estradas capixabas.

Segundo o Departamento de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES), está sendo avaliada a viabilidade de uma tecnologia de pesagem de caminhões em movimento.

O dispositivo, chamado de cerca eletrônica, teria o objetivo de pesar os veículos, mesmo que eles estejam em alta velocidade. O projeto está sendo desenvolvido por pesquisadores brasileiros com o auxílio de um consultor internacional, que desenvolveu um sistema similar na Holanda.

No país europeu, o sistema é utilizado desde o final dos anos 90. Os agentes fiscalizadores conseguem saber em segundos quais veículos estão com excesso de peso. A informação é passada às forças policiais, que interceptam o caminhão.

No Estado, a intenção é, além da instalação de cerca, incluir um programa voluntário de monitoramento logístico do setor de rochas. “As empresas que aderirem terão que desenvolver ações para se adequarem e, se tiverem postura condizente, vão receber um selo”, afirma o diretor-geral do Detran-ES, Romeu Scheide Neto.

A ideia é que quem tiver esse selo receba tratamento diferenciado no monitoramento. “Quem não estará no programa voluntário, cai na fiscalização e, se estiver irregular, vai pagar a conta. Eles serão objeto de mais operações de fiscalização concentradas”, explicou.

O projeto “Estudos e Pesquisas Aplicadas Sobre Acidentes de Trânsito e Suas Causas no Estado do Espírito Santo” visam à Implantação do Programa Voluntário de Monitoramento Logístico de Rochas Ornamentais e do Observatório de Registros e Informações de Veículos e ao combate aos acidentes de trânsito envolvendo veículos que transportam blocos de rochas ou chapas. O trabalho também tem objetivo de reduzir a gravidade dos acidentes, e consequentemente, o número de mortos e feridos.

“A elaboração desses estudos e de um Observatório permitirá melhor diálogo com todas as áreas responsáveis pela logística viária. Desta forma poderemos prover aos órgãos fiscalizadores do trânsito informações qualificadas para melhor atuação e defesa da vida e assim facilitar para quem está certo e dificultar para quem está errado, o que acredito que possibilitará a redução de acidentes”, concluiu.

Os resultados das pesquisas, que duraram dez meses e custaram cerca de R$ 2 milhões, serão divulgados em dezembro. A partir daí, o projeto será apresentado ao governo para análise.

Grupo

Em outubro do ano passado, foi anunciada a criação de uma Força Tarefa entre o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES) e o Sindicato das Empresas de Rochas Ornamentais do Espírito Santo (Sindirochas). O objetivo era que, em 60 dias, empresas filiadas e não-filiadas ao sindicato fossem orientadas para regularizar os transportadores de rochas e chapas de granito no Estado.

Também fazem parte do grupo de trabalho autoridades como o Detran-ES, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar do Espírito Santo (PMES). Esses órgãos discutem a fiscalização, regulamentação e conscientização do setor de rochas.

Empresas elogiam operação

O presidente do sindicato patronal das empresas de transportes (Transcares), Liemar Pretti, ressaltou o compromisso das empresas em garantir a segurança no transporte de cargas. “É muito preocupante. Se essas empresas estão no mercado, é porque têm empresas que usam os serviços e porque há uma grande falha na fiscalização”, disse.

Liemar ainda ressaltou que não é possível aceitar que situações como essas continuem acontecendo. Ele diz que operações como a Raptores são fundamentais. “Vemos ações como essas com bons olhos, esperamos que continue assim. As posturas só vão mudar quando a sensação de punição prevalecer”, completou.

O representante do Sindirochas, Tales Machado , disse que a associação realiza trabalhos de conscientização com toda a categoria. “Temos feito palestras, eventos e discussões sobre as alterações nos carros. Há um meio legal de fazer isso, mas o que vimos são empresas fazendo adaptações em fundo de quintal. Somos contra essa conduta”, afirmou.

Fonte: Gazeta Online

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